sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Estática
Era o descanso de uma loucura, onde só se pisca os olhos.
Era um pós surto psicótico.
Ainda cheia de dúvidas e com a cabeça a milhão, permanecia imóvel, tão inerte que podia sentir o trajeto do sangue em suas veias. O som que o coração produzia incomodava os seus ouvidos.
Ela só precisava estar ali... quieta...
Sabia que qualquer movimento poderia ser fatal levando-a a realizar uma loucura ainda maior. a sujestão do filme que assitira anteriormente lhe parecia atraente agora, porém conteve a vontade, tinha medo de acordar a casa com seus movimentos, sem contar que se via fraca demais até para mexer o dedo do pé, ainda que a vontade de findar a dor fosse grande.
Ela, enfim, deixou-se levar pelo torpor da situação...
A letargia provocara a sensação de uma quase morte e com ela uma quase realização do seu desejo...
Mas o dia chegou (e ele sempre chega, mesmo que a gente não queira) e com ele a necessidade de ser forte (ou parecer forte).
Mariana SUSPIROU e levantando ainda entorpecida e sem entender muito bem o que acontecera na noite anterior, se convenceu de que a solução para quase tudo era permanecer estática até que a poeira abaixasse e se sentisse pronta para recomeçar, assim como o sol que volta todas as manhãs...
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
"Ninguém nasceu pra sofrer, mas a dor nos faz crescer..."(Padre Zezinho)
Amanhã, talvez
Esse vendaval faça algum sentido
Dá pra se dizer
Qualquer coisa sobre todo mundo
Por hoje é só
Vou deixar passar a ventania
Talvez amanhã
Vento, vela e velocidade
Mar azul, céu azul sem nuvens
Logo ali depois da curva
Ali, logo ali,
Ali depois da curva
Amanhã talvez
Esse temporal saia do caminho
Dá pra escrever
O papel aceita toda qualquer coisa
Por hoje é só
Vou deixar passar a tempestade
Talvez amanhã
Água pura e toda verdade
Mar azul, céu azul sem nuvens
Logo ali depois da curva
Ali, logo ali,
Ali depois da curva
Ali, logo ali,
Ali depois da curva
Ali, logo ali
Eu vi, eu vim, venci a curva
domingo, 28 de agosto de 2011
Faça - com que todo dia seja - um dia de domingo
"Faça votos pra alegria,
faça com que todo dia,
seja um dia de domigo..."
Faça de hoje o seu melhor domigo!!!
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
O ator
É dia e já está tudo pronto para uma vivencia única, que se repete algumas vezes por aqui, mas que continua sendo única, a encenação da morte de Cristo. O clima desse momento, como sempre, leva-nos a reflexão do mesmo.
As roupas do soldado, responsável por flagelar Jesus, dão realismo à representação de um episódio histórico e marcante, que foi tão bem encenado por tantos atores, mas que hoje é diferente. Há mais verdade no rosto do ator, suas expressões são dignas de um grande soldado.
Nas mãos um chicote feito de barbante, na cabeça um capacete, criado pelo pai e feito da caixa do “panetone” e sobre os ombros uma capa vermelha feita pela avó. O teatro é silencioso, para que ninguém perceba, sendo possível ouvir somente os sussurros do ator que tem seu texto decorado.
Um pequeno movimento dentro de casa faz com que o ator interrompa a apresentação e precise dar atenção à sua mãe que insiste para que o soldado se alimente, afinal, um soldado mal alimentado é um soldado fraco, porém o grande ator pede para que a mãe espere, pois ele agora está ocupado e a dispensa dizendo que depois come.
Espera a mãe se retirar para continuar a sua peça, pois não há espaço para espectadores, somente ele, suas roupas e o texto em seu “palco-quintal”, a platéia também é parte da sua imaginação.
O teatro continua e sem nenhuma piedade de Cristo, o soldado lhes da as chibatadas, o crucifica e festeja o seu feito.
Jesus morre!!!
E a essa altura o ator já está guardando a capa do soldado dentro do capacete para que ela não se perca e amanhã possa encenar novamente.
Tudo sistematicamente finalizado, o ator se veste de menino e corre para a cozinha dizendo – pronto, mãe, agora eu quero um danoninho - e num sorriso adorável abraça a mãe como forma de agradecimento pela espera e pelo danoninho, é claro,
sábado, 20 de agosto de 2011
Composição: Gonzaguinha
E o menino com o brilho do sol
Na menina dos olhos
Sorri e estende a mão
Entregando o seu coração
E eu entrego o meu coração
E eu entro na roda
E canto as antigas cantigas
De amigo irmão
As canções de amanhecer
Lumiar e escuridão
E é como se eu despertasse de um sonho
Que não me deixou viver
E a vida explodisse em meu peito
Com as cores que eu não sonhei
E é como se eu descobrisse que a força
Esteve o tempo todo em mim
E é como se então de repente eu chegasse
Ao fundo do fim
De volta ao começo
Ao fundo do fim
De volta ao começo
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'
Caio fernando de abreuNunca um texto me coube tão bem, me visto desta palavras com se fossem minhas!!!!